quarta-feira, 7 de maio de 2014

Tempo Perdido







Frio  mendigo
avenida cidade medo
rua esquina perigo
gélido verão 
aquece a ilusão mundial
oh tempos nossos

 Chuva de lágrimas
molha pesadelo acordado
enchentes no sentir e pensar
tristes maios ou dezembros
ano inteiro ânus ao estupro
tanto faz corpo roubado
trabalho  salário todo escravo
longo outono cansaço

Injusta empresa transporta gente
uma presa pressa engarrafada
trânsito  inerte trágico
 animalesca viagem carne dolorida
perversa lida dos dias açougue
imóvel frieza lentidão humana
inverno infernal

Futebol seleciona escola vazia
hospital é um leito corrupto infectante
sempre há guerras biológicas por cifrão
desamparo capital alado
país emoção em ruína
ausência do teto
 primavera sem terra

Planeta virou cidade
triste proibida árvore
frutos negados
 arma assalta vasto pobre
injusta riqueza em cargo
doença civilizada agonia
viva extinção gratuita
horda sobrevivente solitária
vento na fresta na cara do fim mundo
humano bruto
cheio de vazio

Sinal verde aberto da exclusão
classes dominantes e dominadas
governos doando overdoses
drogas na fuga
nulo futuro
entulho

Caminho anti-livro vivo
passeio você e eu
eles em mãos dadas para nos separar 
estão alegres pela tristeza daqui
insanos covardes violentos caquéticos
vomitam sua bílis preconceito
 poder apodrecido vício
deturpa cavalo de aço vital
macabra mentira esfregada
nossos rostos ralados
bocas cortadas em censura
caem em cova rasa
agonia tempo
vento nuclear

Vida passageira eterno rascunho
mapa inacabado pela destruição
aplicam dores no peito quente
bate o coração em parada do ônibus cardíaco
 proibem a todos o amor ir e vir
explícito carinho negado cor cidade
um restaurante chamado fome&sede
saudade e solidão nossa
s.o.s poeiras
nós





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