sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Jogo de Varetas






Horror no tabuleiro planeta Terra
instruções rasgadas ao lado
tudo pronto ao início da partida
triste nova cina

Jogo de varetas Tepco
 mexendo sem cuidado o lúdico material
tendo peças ofuscadas pela ganância ao ganho
maremoto diz sua natureza
a cova bem funda vai se cavando
um Japão e mundo pronto para o lixo

Brincadeira de caquéticos
encontro na praia perto da usina
todos postos na rasura catástrofe
lá ocorre radiação idosa senhora
onda gama invisível na orla

Confraria alimentar pique nique extinção
o meio ambiente bebe um chá podre
 biscoitos partículas atômicas sabor fissão
esse lanche não será esquecido
nem será de falta vista sem enorme perigo
novembro numa tardinha inquieta da vida

São colocadas as 1300 varetas
jogatina imbecil da energia 
chamada sempre como algo sadio
uma brincadeira macabra
irradiação ao hemisfério norte
crise próspera breve ao sul
mundo lixo ao vivo

Cidade mundial em balé no abismo
um passo ao precipício
contaminação praga nuclear 
toc toc bate a porta 
campainha acionada
alarme grita
pânico na porta fechada
planeta cárcere 
sem saída de emergência

Somos migalhas do resto em meio a sobras
espetáculo hecatombe sabor fome
bonecos de guerra
queimados nos banhos do esgoto que transborda
varetas de combustíveis vazando
vento de presente sem nosso futuro
lixo atômico ao mundo
a realidade em luto
frente ao muro
rosto nesta grade
sem saída para qualquer parte
estamos churrasco definhado
 vivo perigo de Trítio
Césio invade como vírus
estrondo na usina
estraga o mar 
 Estrôncio

A família nuclear ao reator 4
jogo pior que Chernobyl 
monstros da torcida  derretem
grande amarga derrota
o prêmio é aberto por nós
 nossa tristeza
pátria mundial devastada
a vida balança doente


( ... ) 





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