quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sepultura Contemporânea








Enterrem meu cérebro
naquela curva da vala industrial 
pondo flores plásticas
caixão de natureza morta

Funeral químico preciso 
contaminação biológica servida
requinte cruel ao quitute 
café frio tecnológico 

Vísceras aos porcos mecânicos
herança para governos overdose tirania
 ossos fazendo farinha sem esperança

Carne dada aos vermes da internet
roupas doadas à fogueira mendiga
resto sobrado amargo
cinzas do que eu sentia

Cova caixa eletrônica para devorar-me
veneno na fauna e flora viva
dinheiro morto no meio do lodo
meu necro chorume em taças
sete palmas batidas
palmos de terra aos pobres
gratuita sepultura digital
sem vida 






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