domingo, 23 de dezembro de 2012

Nova Amazônia




A cidade invade a floresta
toma seu espaço 
um trator de lixo
passa no coração infartando

Pássaros caem na fome sem sombra
sem lugar para ninhos
desertos quentes comem o verde

Humanos para todos os lados
sucateando tudo
distribuindo o luto

Indios de plástico vendidos
como lembrança do passado
fazem a estética da loja de horror

Tudo foi trocado pelo labirinto
vão se perdendo ali oportunidades
para o sempre sem saída do pesadelo

Faixas e placas fixas
indicam os limites do abismo
que beiram entre novos precipícios

Existem hospitais para o cãncer
sem cura oferecida ao signo humano

Tristezas em bares
restaurantes de químicos
supermercados da estupidez humana
organizados funcionando 24 horas

Floresta devastada
Amazônia que maior parte
se riscou do mapa
anexa-se apenas o vazio
uma cidade humana
cimento radioativo infeliz

Tudo segue rompendo
máquina que virou o sim
para a vida que se tornou o não

Ouve se o mecanismo tocar
uma música fúnebre
 sem pausa na letra
uma palavra repetida
 junto ao vomito mecânico
bip bip
extinção
alarme
extinção
sirene
extinção



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