quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Suor Noturno






O cruel vazio se espalhou ali
iniciou no final da tarde antipática
a noite torturante 

A sólida pesada solidão
carregada nas costas desta hora
tem na balança da vida
peso multiplicado pela tristeza   

Eis o final do dia 
 parte da tarde acabada
tudo que arde em corpo
indo ao subúrbio dos sentimentos

É o boa noite inexistente
nessa maldita madrugada que se anuncia
aos toques de gemidos de uma dor hospitalar
instituições públicas de governos
rangendos seus dentes de lucro 
corrupção e desprezo ao povo
agonias de presos do cárcere mental
dor na penitênciaria
orgasmos na mansão

Horror noturno popular
favela pegando um fogo gratuito
 os ricos achando lindo os pobres desunidos

Estrupício automátizado
reunido aos sentenciados da escuridão
máquinas passando em cima de sonhos
é o asfaltamento das vias da ilusão

O hospício da razão fica inquieto
abre suas portas aos sentimentais 
o doutor insano veste seu manto de sordidez 
vindo aplicar seus abusos de autoridade

O coração bate desesperado
a esperança é tragada no pulmão
desta suja cidade

Alegria desaparecida 
carne de menino e menina
devastada pela ferida
É madrugada
não é brincadeira
esquece a criança
lembre-se do pivete

O silêncio fúnebre
sendo trilha sonora
jazz de piano em lágrimas

Dorme sem o sol
18 horas da noite
até 6  da manhã
é permitido seu pesadelo

Pronto já pode chorar
o caminhão de lixo passa agora
levando sua auto estima embora

Seu banho de suor está pronto

frio que lhe dá o medo
o crônico vampiro a lhe morder

O labirinto latifúndio geme
seu fim do mundo
cotidiano 



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