quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mordaça




No silêncio abafado
há gritos

Saem pelas imagens 
vistas em sonhos
vestidos nos pesadelos
seus sons

Na barreira do contido
vaza como água a vontade
gota por pingo de letra

Frases inteiras são vistas
em textos agora calados
presos no corpo que fala
seus gestos feitos de pedra

Afogando numa piscina do passado

o que não se pode falar no presente
para a linguagem do futuro

A censura aniquila a corda vocal
amarrando a vida
 o dito sai pra dentro
como a chave do coração partido

 Geme baixinho
 a poesia 
sai  por um fio
para dentro do fino abismo
corpo do indivíduo




 

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