segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Escola de Vida




Acreditava numa brincadeira
de vida a todos os vivos
coração bate bate
sonho de menino em alguma bela tarde
uma infância sem fim
mas veio a hora da aula
jardim da infância de flores podadas

Já é a hora de se tornar homenzinho
 um adolescente quieto
obediente a autoridade por perto

Vai ai apanhando
caso não passe de ano

Viu o menino de rua
vírus na vida pura
veneno social a se tornar

Segue sem reclamação
namora uma consumista
e vai tendo amizades dignas 
com muitos idiotas na via

Votou em tiranos sorridentes
pôde chorar em aniversários
beber venenos no fim de semana

Indo ao trabalho
aprendiz de otário
pagava sangue ao patrão

Adulto adulterando seu próprio sonho
vivia o pesadelo de salário
indo atrasado ao corpo
doença civilizatória
hospital cemitério aberto

Agora idoso largado
serve a sociedade como osso 
cachorro subserviente do ali
migalha nada meiga
vida estragada inteira

Tomando o remédio
a bula do tédio
a dor
a caixa registradora

Sepultado em pesadelo
mais um sonho morto
 junto do corpo
 um antigo ex-moço













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