quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Balé






Dançando sozinho
abraçado ao vazio
suaves passos dados
nesse salão mundial

Nu de oportunidades
vestido a caráter com trapos
a humanidade se balança

Giro em ruas 
levando ao ali e aqui
a música que toca na mente
um coro de lodo sonoro

Notas populares dos gritos
instrumentos musicais da tortura
acompanham a sincronia de vida vazia

Dança na multidão 
sólido isolamento 
confusão das gentes todas

Solitárias companhias

espalhadas pelos cantos
no baile da existência humana

As vezes toques fortes
aos frágeis sentidos passos
nessa estranha e perdida
dança da caixinha de música quebrada

Existe mais corda a ser dada
coturnos usados
um balé urbano em vazio devastado
dança do animal humano
bailarino solitário amargo
triste sozinho lado a lado consigo

A dança beira abismo

perigo de todo dia
lido o risco
dizem-me morrer  é preciso

Companhia de dança de um integrante

se apresenta em todas as feiras
segundas até sextas
domingos e sábados

Sem descanso a dança

segue sozinha
me balanço nela

Ela é vida

amarga todo dia








Nenhum comentário:

Postar um comentário