sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Óptica da Realidade




Olhando para os lados
vendo a vida em desamparo
o caminho ao trabalho é um fardo
ver o povo alienado e sem direitos
pagando alto para ficar sempre em baixo

São conduções caras pagas
transportes como correntes
presas no corpo todo

Hospitais públicos cemiteriais
tratando pacientes doentes
como sacos de lixo e entulho

Viciados de crack nos cantos
gemendo suas fumaças
seus corpos em carcaças
arrastam a vida no centro

Escolas puras esmolas
meninas e meninos sem futuro
pra conseguir no máximo ser escravo
ganhando poucos centavos
não conseguindo morar e comer

A poluição invade essa ida
a vida numa espessa neblina
grosso caldo de morte

Antes de entrar para trabalhar
momentos antes de dar meu sangue
para ganhar o mínimo falido
vejo um corpo caindo do prédio rico
Observo que os que passam gostam
uma alegria encantada pela desgraça

Minha mágoa humana bate cartão
numa máquina da tristeza capitalista

Uma lágrima cai para dentro do abismo de mim



MonoTeLha

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