terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Luto





Triste o choro sem esperança
o martelo do juiz sem justiça
mortes em cápsulas de munições

Amargo gosto da derrota
inglória gente caída e do lado de fora
que lutava para a vida melhorar

Luto pelos pobres povos
os bichos tratados como lixos
os vivos cada vez mais mortos

Rastejando diante das riquezas
a miséria pede sua passagem
custo do transporte pra ir embora

Os meninos de rua imunda
mundanos desumanizados
marginais com fome de tudo

As meninas grávidas de problemas
nove longos meses de incerteza
vidas inteiras de pura certa tristeza

As dores dos corpos multiplicados
doenças por todos os lados sem amparos
remédios só as mortes atuais

A máquina de ganhar dinheiro
sempre só para quem já tudo tem
para sempre os detentores do poder

Luto pelos cantos
na poesias e nas músicas
em pinturas e nos rostos

Luto de todas as cores
em todas as melaninas
todas as esquinas e culturas



MonoTeLha

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