quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Desesperança




Eles levaram embora o meu sorriso
os prejuizos cantam músicas para mim
sem muito entender o motivo vou seguindo

Me deram máscaras sociais
com óleo para fazer a máquina girar
As esmolas são dadas no caso de costas tortas
e muitas músicas enlatadas para dançar

Arrastar a alegria para o alto do edifício
empurrar desse precipício moderno
é cotidiano e bem gratificado
o ser esborrachado no chão

Há um sufoco louco para respirar
e um baita sol que arrebenta a pele
Esse ar poluído para os pulmões tragos
não é o ar livre de outrora é o lixo que apavora
Porém os preços do oxigênio caem bastante neste mês
é só a metade do enorme valor cobrado pela água

Me deram um corpo para pôr em risco
mamãe enlouqueceu nos braços de papai
num estupro consentido chamado casamento
machismo e esquecimento seres violentos

Me deram um corpo para eu ser escravo
ele é todo meu e quem manda são os outros
minha vida é esse enorme desgosto

Mistura de tortura e poluição
o Estado mata os civis indesejados
e empresas lucram com isso
assim funciona o preciso sistema
acontece dessa forma nossos problemas

Corpos sem arisco e enorme perigo
nesse grande genocídio
que emperra de estar vivo

Somos todos levados ao pane
vão todos ao banho de sangue

Gritos gemidos loucura e zumbidos
enorme desesperança nas sobras dos vivos




MonoTelha

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