quarta-feira, 16 de junho de 2010

Rio de realidade




Sentado na beira da vala
com a ponta do sapato no esgoto
Olhando como é podre
fecho os olhos e entro num pesadelo
penso no mundo inteiro

Sinto o frio
a morte no rio
a vida por um fio

Vejo o tiroteio de olhos cerrados
armas e balas que tem asas
voando de mão em mão

Qualquer um mata qualquer um
daqui ou dali
de lá e acolá

Na verdade a realidade se parte
arde total
Estamos dentro da vala
na água suja quente
mergulhados e arruinados
em classes sociais

Sinto o fedor do lixo
aroma de suicídio
a biodiversidade morta
num latão de resíduos
sendo jogado no abismo
repetidamente

Não adianta remédio psquiátrico
para tapar o sol com peneira
os raios ultra violeta passam

Há quem não veja a enorme sujeira
por estar cheio de capital
ou algum dinheiro na carteira
não vê a morte e desespero
rondando as vidas inteiras



MonoTeLha

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