terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sequela contemporânea



Cada um
esquecendo quem é
perdendo a identidade
misturado a usos
rótulos e bens de consumo

A vida se tornando
uma droga qualquer
do governo
que te dá overdose
e lhe deixa na lixeira


Sendo agora
apenas como os outros
repetindo suas frases
teses e ideias
sem pensar


Não ousa nem tem como
saber
quem é
há ignorância
em todas as instâncias

Sem identidade
sendo massa de manobra

Você sabe
que nada resta
que nada presta
mas acha isso uma festa
dança e esquece

Sem memória
nem história

Talvez um morto
cheio de conforto

Desprezado por si mesmo
desprestigiando a ti

Rascanho de vida
um mapa inacabado
que dá em nada

Sem memória nem glória
apagados do agora
para sempre dos dados da história




MonoTeLha

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