quarta-feira, 18 de março de 2009

Planeta Cidade




Vivendo na cidade em busca do desespero

a cidade que o planeta virou

Curtindo a fumaça da grande chaminé
bebendo o esgoto sedentamente
comendo merda , gordura suja
e cadáveres de várias espécies
em suas bocas cemitérios

No horizonte cinza
falam sobre cores
não mais existentes
agora apenas só
em suas mentes dementes

A hora é de ir trabalhar
sem reclamar para devastar
o pouco que sobra
no meio de suas míseras horas

Pálidas esquálidas crianças
brincam com seu câncer
no parque de diversões
das desiluções humanas

Vivendo na cidade em total desespero
a beira do desfiladeiro


A cidade que esteve sempre
na cabeça dos homens
planejada e arquitetada
pela cruedade de suas
invisíveis saudades de algo
sempre pior

Agora o último prédio é construido
pra servir de base central
da natureza morta


Alguém parado numa rua
escreve com seu sangue
poesias


Parece de alguma forma ver

seus antepassados em cada letra

Enojado passa para a próxima página

do seu livro literatura mundial
anti existencial

Letras de sofrimentos
tinta de crianças esmagadas
que são vendidas no mercado



Literatura de endechas
revolta e ódio
sobre o assassinato do amor





MonoTelha

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